novembro 07, 2017

Desventuras em série: O lago das sanguessugas


Depois de passar um tempo em Derry, arrumei as malas e fui para o Lago Lacrimoso, afinal eu precisava continuar acompanhando a triste vida dos Baudelaire. É o livro 3/13 e ainda tenho esperanças de que tudo vai ficar bem para eles, mas como o próprio Snicket está sempre nos avisando em seus livros, se eu realmente espero algum final feliz, deveria ler outra coisa. Mas, a curiosidade não me deixa ir, então acompanhei mais essa aventura dos jovens órfãos (palavra que aqui significa: irmãos Baudelaire). É uma pena que a tia Josephine não poderá corrigir esse texto antes que eu o poste, mas  por outro lado será melhor, evita que ela veja tantos erros gramaticais.
(Depois dessa introdução, me sinto o própio Lemony Snicket, desculpe quero dizer o próprio)

O Lago das Sanguessugas

O livro continua acompanhando a jornada dos irmãos Baudelaire até a casa de um novo tutor. Dessa vez é a casa da tia Josephine, uma viúva que mora em uma colina as margens do Lago Lacrimoso, e perdeu seu marido para as sanguessugas que vivem no lago. Ela tem medo de absolutamente tudo, a maioria de seus medos são irracionais, coisas como não atender ao telefone porque pode levar um choque, não cozinhar os alimentos por medo de acender o fogão e incendiar a casa, entre outros. Os irmãos são bem tratados novamente (como na casa do Tio Monty) só que as manias e medos da tia Josephine as vezes passam dos limites. Um exemplo disso é quando os irmãos tentam alerta-la para o estranho Capitão Sham, que na verdade não é quem apresenta ser, e a tia sem acreditar nas crianças, acaba sendo forçada a forjar sua morte. Mas, elas são espertas e pensam em um plano para acabar com a armadilha do capitão que queria levá-las embora e ser o novo tutor delas, por conta daquela velha história da herança deles. Será que é mais um atrás do dinheiro dos Baudelaire?

O que eu achei?
O lago das sanguessugas começa a dar ritmo a sequencia dos livros e a história dos Baudelaire, tem várias situações que acontecem simultaneamente: as crianças se acostumando com a nova tutora, a casa, a rotina que elas tiveram que acatar, a nova aventura e como reagiram a isso, desvendando o mistério e tomando decisões que crianças nessa idade não deveriam se preocupar, mas nos faz entender que em suas condições é perfeitamente aceitável que três crianças naveguem sozinhas em um barco.
As vezes esqueço que estou lendo um livro infanto-juvenil e fico inconformada com algumas coisas, como por exemplo, no livro os Baudelaire são infinitamente mais responsáveis e mais espertos do que os adultos, não estou dizendo que crianças são inferiores, realmente existem aquelas que são bem mais espertas do que muitos adultos, mas o livro traz situações que são extremamente absurdas em relação as atitudes tomadas por um adulto. Mas, admiro muito a forma como o escritor aborda isso, trazendo uma espécie de ensinamento para o jovem leitor que está acompanhando a sua história (um exemplo do que quero dizer aqui está na página 55 do livro, onde Lemony explica que as pessoas podem não ser quem dizem ser, apenas por ter e apresentar um cartão onde está escrito tal coisa, qualquer um pode ter cartões pessoais com as informações que bem entender, um dentista pode ter um cartão dizendo que é um jogador de futebol, o que de fato não é verdade. As crianças no livro entenderam isso de primeira quando desconfiaram do capitão Sham, e a tia Josephine que é adulta e responsável por elas acreditou facilmente em tal mentira).
Acredito que já mencionei antes, mas gosto muito da maneira como o escritor/narrador também faz parte da história no livro e estou ansiosa para descobrir qual é a sua ligação com ela, já que ele se mostra sempre observando os irmãos Baudelaire em suas desventuras. É uma leitura rápida e nem um pouco cansativa e termina nos deixando com vontade de ler o próximo.

Livro: O Lago das Sanguessugas (Desventuras em série)
Escritor(a): Lemony Snicket
Editora: Seguinte (Companhia das Letras)

Para Beatrice - Preferiria que você estivesse viva e com saúde.

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