setembro 17, 2020

Anne de Avonlea


Estou pensando seriamente em postar resenhar em conjunto, com dois ou mais livros quando for uma série. Acho que fica um tanto cansativo ir contando aos poucos porque as vezes realmente não acontece muita coisa significativa em um livro que faz parte do "meio" de uma série. Acho que os mais empolgantes são o primeiro e o ultimo, mas é aquela história né, as vezes o que vale mais é a jornada.

Anne de Avonlea

Anne está mais crescida e madura, já não se mete mais em tantas confusões como antes, mas continua uma moça decidida, determinada e de temperamento forte. Ela começa a dar aulas na escola de Avonlea e  sente que seu dever está além do que simplesmente lecionar, Anne acredita que tem um dever moral para com aquelas crianças e se empenha ao máximo para deixar lições que elas poderão usar em suas vidas. Além das atividades de seu trabalho na escola, Anne ainda tem muitas tarefas juntamente com Marilla em Greengables, devido a problemas familiares, elas estão cuidando de duas crianças pequenas e muito diferentes entre si. Anne continua empenhada em trazer melhorias para quem mora na região e em uma de suas caminhadas ela acaba conhecendo uma nova alma gêmea, a senhorita Lavendar e com isso, descobre uma antiga história de amor.

O que eu achei?

A história é um pouco arrastada, diferente do primeiro livro onde Anne era criança e vivia empenhada em arrumar confusão, nesse ela já esta mais velha e com mais responsabilidades, sua imaginação já não é mais tão fantasiosa, mas ainda assim é uma parte dela que é muito viva. Anne precisa lidar com mais responsabilidades já que agora tem um trabalho como professora, precisa ajudar Marilla na fazenda e ainda ajudar a cuidar de duas crianças. A vida em Avonlea segue normalmente como no primeiro livro, fofocas, pequenas confusões, projetos para melhoria da cidade, novos moradores, etc. Mais no final do livro podemos conhecer o ritmo que a história vai tomar no terceiro livro, algumas novas mudanças acontecem para Anne. Apensar de um pouco mais lenta, é uma leitura tranquila, acompanhando mais dois anos da vida dela e esperando o que vai acontecer na próxima fase. 

Editora: Ciranda Cultural.

Nota: 7

"Só quem não está mais vivo é que está livre de surpresas"

setembro 15, 2020

Uma História Meio Que Engraçada


Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo®. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano. São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. 
Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo® cresceu e hoje conquistamos o Brasil inteiro. Para isso, o apoio das nossas federadas, núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental. (Fonte: Site Oficial Setembro Amarelo)


Com isso, não poderíamos deixar de escolher uma leitura que mencione esse assunto.


Uma História Meio Que Engraçada.


Craig Gilner acredita que o seu futuro depende da sua entrada na melhor escola de Manhattan, ele estuda todos os dias para isso, é tudo o que ele mais quer na vida. Mas, quando finalmente a resposta positiva chega e ele finalmente consegue estar no ensino médio de uma das melhores escolas e mais concorridas, ele fica deslocado e perdido, apesar de ter sido suficiente para entrar, ele não se sente suficiente para permanecer. Além disso, ele tem 15 anos e muitas coisas estão acontecendo ao seu redor, muitos questionamentos sobre si mesmo e os outros, aos poucos ele vai perdendo a vontade de comer e o seu melhor momento é sozinho trancado em um banheiro escuro. Com total apoio de sua família, Craig então resolve procurar ajuda.


O que eu achei?


Uma história meio que engraçada na verdade nos traz uma história muito seria. É um livro que fala sobre depressão e através do ponto de vista do personagem principal podemos conhecer como é o pensamento de uma pessoa que passa por essa doença, como ela se sente nas situações cotidianas da vida e o quanto algo simples (aos olhos das pessoas de fora) pode se tornar tão devastador, como o "simples" ato de comer. Apesar de tratar de um tema delicado, a leitura é tranquila e as vezes realmente engraçada, gosto de como o autor criou um personagem corajoso apesar de ser muito jovem e que antes de qualquer atitude, por ele mesmo, decidiu procurar ajuda e também como no final ele teve uma escolha "feliz". Para quem busca um livro que trate o tema com mais profundidade, talvez essa não seja a melhor leitura, a doença de fato pode ser a mesma, mas pode parecer diferente da perspectiva de um adolescente e as coisas que ele julga como prioridade em sua vida. Sinto ser extremamente difícil escrever essa resenha, infelizmente o que é apresentado no livro não é o que de fato acontece na realidade, muitas vezes as pessoas que sofrem por essa doença  não tem apoio familiar e não tem condições de buscar ajuda, sentem-se cada vez mais sozinhas e rodeadas de gatilhos ou tentáculos que as puxam cada vez mais fundo e não é culpa delas, jamais. 


Sobre o Autor Ned Vizzini:

  •  Escritor de 4 livros de literatura juvenil
  •  Sofria de depressão e passou cinco dias no hospital psiquiátrico e desse momento de sua vida que tirou a inspiração para escrever o seu livro Uma História Meio Que Engraçada.
  •  Em 2010 seu livro Uma História  Meio Que Engraçada virou um filme com o nome: Se Enlouquecer, não se Apaixone.


Editora: Leya

Nota: 8


Os problemas surgem quando as pessoas elogiam você. Porque isso quer dizer que elas esperam que você continue daquele jeito.


O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.

Centro de Valorização da Vida

Ligue 188

setembro 07, 2020

Passagem da Chuva

Recebi o ebook diretamente do autor e confesso que amei essa nova experiencia de leitura, geralmente eu não leio poesias porque acredito que para elas é preciso ter uma certa maturidade. Poesia transmite grande profundidade nas palavras e despertam vários sentimentos que falam ao coração de quem as lê e ainda mais sobre quem as escreveu. 
Em Passagem da Chuva é possível encontrar diversas poesias com temas sobre o cotidiano, os sentimentos humanos e a vida. A escrita do autor nos traz uma leitura reflexiva e ainda assim, leve e agradável.

Autor: Fernando Henrique Franco de Aquino
Editora: Edição Independente
Nota: 8

Saio de onde venho.
Vou para onde estou.
Fico onde vou.
Quero o que não sou.
Sou o que posso.
Posso ser o que sou.
(Ideias - pág.42)

agosto 03, 2020

Anne de Green Gables

Assisti a série da Netflix e simplesmente não aceitei o fato de que acabava ali, eu não tinha suportado aquela menina um tanto que irritante e chatinha para nada. Quando ela tinha amadurecido a série foi cancelada e realmente não achei certo, então busquei os livros para saber o que acontece depois. E aqui estou eu fazendo a minha primeira resenha dessa longa série de livros (por sinal eu tinha prometido para mim mesma que não entraria em outra série de livros tão grande, eu ainda nem terminei Desventuras em Série) mesmo assim, admito que foi uma ótima escolha ter esses livros na minha estante. 

Anne de Green Gables

Os irmãos Marilla e Matthew decidiram adotar um garoto para os ajudar no trabalho da fazenda de Green Gables. Aparentemente depois de um mal entendido, eles acabaram por receber Anne, uma garota pequena, muito ruiva, sardenta e muito falante. A principio Marilla não queria ficar com ela, pois sua necessidade realmente era ter um garoto, mas depois de conhecer a história daquela pequena criança que já tinha passado por tantas situações, ela decidiu dar uma chance a menina. Matthew a queria desde o primeiro momento em que a conheceu, na viagem de volta da cidade, onde a menina não parou de falar por um segundo e demonstrar a sua satisfação por ir morar em Green Gables. Anne precisa se acostumar com sua nova vida, afinal agora ela não morava mais em um orfanato e tinha uma família, ela havia prometido a si mesma que seria a sua melhor versão para agradar os irmãos Cuthbert. Ela tinha um talento natural para atrair confusão, pois vivia em seu mundo de imaginação e ainda não havia aprendido a controlar todas as palavras que saiam de sua boca, foi um desafio enorme para Marilla e Matthew criar uma criança e ensinar tudo o que ela precisaria saber para ser uma pessoa boa e ter uma vida digna, mas Anne nunca os decepcionou.

O que eu achei?

O primeiro livro é absolutamente tudo o que passa na série, claro que com algumas diferenças em algumas situações ou no tempo em que as coisas aconteciam, mas nada que mudasse de fato a história contida no livro. Realmente é uma leitura muito agradável, acho que se eu não conhecesse nada da história de Anne eu o teria lido mais rápido, provavelmente isso irá acontecer na sequencia já que eu não sei mais o que vai acontecer e sinto que vai ser mais romântico pois Anne já esta crescida. É um livro bem leve e nos ensina muitas coisas, principalmente como dar mais valor as coisas que temos na vida e por mais que as coisas não aconteçam como desejamos, não devemos desanimar e sim persistir. Acredito que será uma ótima experiencia acompanha a vida de uma personagem desde o seu inicio e acompanhar cada evolução, a escrita é muito romântica e criativa. Geralmente gosto de ler os livros primeiro antes de assistir a sua adaptação, porque assim tenho espaço para imaginar os personagens como eu quero e confesso que como assisti a série da Netflix primeiro eu já tinha adotado aquelas fisionomias para os personagens, então não gastei muito a minha imaginação ao ler o livro, mas devo dizer que a interpretação na série é idêntica a cada personagem que se apresenta no livro, não tenho o que dizer que por exemplo a Anne deveria ser mais assim ou menos assim, achei a personagem do livro a mesma que a da série, nós sabemos que as vezes é difícil um personagem ser na adaptação como é no livro, as vezes falta alguma coisa, mas eu realmente achei que não faltou. Enfim, não vejo a hora de saber o que irá acontecer com a Anne agora, estou ansiosa pelos próximos livros. 

Sobre a autora Lucy Maud Montgomey:

* Ela morou a maior parte da infância com os seus avós, ela cresceu sozinha e isso contribuiu para que ela tivesse muito tempo para imaginar e criar as suas histórias.
* Anne de Green Gables foi o primeiro livro publicado pela autora em 1908.
* A fazenda Green Gables realmente existe e está localizada em Cavendish no centro da Ilha do Principe Eduardo no leste do Canadá.
* A autora sofreu vários períodos de depressão em sua vida e encontrava na escrita o seu maior consolo.
* Em sua vida a autora publicou 20 romances, mais de 500 contos, uma autobiografia e um livro de poemas.

Editora: Ciranda Cultural
Nota: 8

"De nada serve amar as coisas se você vai ter que se separar delas, não é mesmo?"

julho 22, 2020

A Irmandade Perdida

Comprei esse livro na Bienal do Livro, foi um dos meus últimos achados e ainda bem que agora ele faz parte da minhas estante.

A Irmandade Perdida

Diana é uma professora renomada em Oxford, seu assunto preferido é pesquisar e falar sobre as amazonas, mas quase sempre é discriminada por outros colegas de trabalho, sendo alvo de piadas e comentários maldosos. Provavelmente seu fascínio pelas amazonas começou na infância, durante o período em que conviveu com a sua vó que lhe contava histórias sobre mulheres fortes e também lhe ensinava como ser uma. Certo dia Diana foi surpreendida com uma proposta de trabalho que poderia mudar a sua vida e a sua carreira, apesar de ficar em duvida se deveria aceitar, ela decidiu que era a hora de embarcar nessa nova jornada. Acreditando que estava sendo enviada para estudar as amazonas e descobrir a verdade por trás desse mito, ela acabou descobrindo coisas totalmente inesperadas durante a sua viagem, encontrou amigos no caminho e muito inimigos também, afinal o mundo está cheio de homens preocupados com dinheiro, fama e poder. Pessoas que não se importam com o passado e nem com a história, apenas querem aquilo que é capaz de beneficiar a elas mesmas. Em sua jornada Diana descobre a verdade sobre a sua vó, a verdade sobre as amazonas e trás de volta após três mil anos a verdade sobre um tesouro que a muito tempo permanecia guardado e protegido. 

O que eu achei?

 Apesar de ser um pouco extenso, esse livro não traz uma leitura cansativa, por ser dividido entre passado e presente, o leitor acaba conhecendo duas histórias de uma forma dinâmica e simples, podendo ler várias páginas em pouco tempo. Além de conhecer a personagem Diana e embarcar com ela em sua aventura, o leitor viaja mais de mil anos atrás para conhecer um grupo de mulheres que enfrentaram inúmeras adversidades para enfim encontrarem o seu caminho e serem livres em uma sociedade onde elas dominam e não precisam de homens para nada. É um livro de romance, mistérios,  aventura, mitologia grega e também acima de todos esses temas, é um livro que enaltece o poder feminino, encoraja as mulheres a lutarem por aquilo que elas sempre quiseram, liberdade. E assim como no passado onde mulheres enfrentaram homens e adversidades com lanças e flechas, no presente elas continuam sendo fortes e determinadas a lutar por seu espaço em uma sociedade que muitas vezes quer lhe impor papéis que acham que lhe cabe simplesmente por ser mulher. Com certeza é um livro encorajador e que nos faz refletir bastante as situações e regras que ainda temos em nossa sociedade nos dias atuais, o quanto ainda precisamos aprender e crescer. 
Geralmente compro o livro pelo titulo, pelo autor(a) que já conheço ou pela capa e depois simplesmente deixo a história me surpreender e confesso que esse me surpreendeu bastante e estou feliz com a escolha de trazer esse livro para a minha estante. 

Sobre as Amazonas

Existem diversas teorias quanto a origem do nome Amazonas: "guerreiras", "sem seio" ou a forma jônica (região da antiga Jônia, hoje na Turquia) para a palavra ha-mazan que significa "lutando junto". As Amazonas teria vivido na Cítia (região habitada na antiguidade por um grupo de povos iranianos) e teriam se mudado para Temiscira (região do rio Termodonte, atual Terme, norte da Turquia). Li alguns textos em sites variados que falam sobre as amazonas e realmente existem diversas versões sobre o surgimento desse mito, entre tantas lendas ao longo da história. Mas existem alguns dados que encontrei em comum em todos os textos, os reuni e irei colocar aqui em tópicos:
  • Algumas versões dizia que nenhum homem podia viver na comunidade Amazona, ou se relacionar com elas, mas uma vez por ano, por vontade delas visitavam a tribo vizinha para criar relações e poder manter a sua raça.
  • As crianças do sexo feminino eram criadas por elas e treinadas para plantar, caçar e as artes da guerra. E algumas versões dizem que as crianças do sexo masculino eram mortas ou após o primeiro ano de vida, eram enviadas para serem criados por seus pais.
  • Existem também versões que mencionam que elas removiam o seu seio direito para evitar que ele as atrapalhassem no momento de manusear o arco e atirar as flechas (algumas versões contradiz isso)
Li muitos textos e artigo sobre o tema das Amazonas, mas para não extender muito o post, irei colocar alguns links aqui para quem desejar saber mais:


Também vou deixar o link de um livro que fala mais sobre o tema das Amazonas:

Sobre a autora Anne Fortier:
  • Nasceu e cresceu na Dinamarca e atualmente mora no Canadá
  • Começou a escrever aos 11 anos e aos 13 apresentou o seu primeiro manuscrito em uma editora.
  • Em 2010 lançou o livro Julieta que foi sucesso em mais de 30 países.
  • Ela possui doutorado em "história das ideias" (uma area de pesquisa em história que estuda a expressão, preservação e mudança das ideias humanas ao longo do tempo)
Editora: Arqueiro
Nota: 9

"Aqueles capazes de abrir mão da liberdade essencial para obter uma pequena segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança"