junho 29, 2017

Eu estou pensando em acabar com tudo

Geralmente quando termino de ler algum livro, mesmo que eu não o tenha entendido, procuro escrever primeiramente as minhas impressões e somente depois buscar outras resenhas para tirar mais ou menos conclusões melhores sobre o que eu li, ou saber se existe algum outro angulo da história que eu não tenha absorvido. Esse livro é uma exceção. Assim como o li em apenas um dia, no instante em que cheguei ao ponto final, corri para o tio Googs para tentar entender um pouco do que havia acabado de ler, mal tive tempo de refletir ou pensar sobre, realmente ficou uma enorme confusão na minha cabeça. Mas foi bom, porque realmente tudo o que senti, a maioria dos que leram também sentiram. É um livro curto, escrito exatamente para te prender do inicio ao fim, cheio de questões que realmente nos faz refletir. E chegamos aqui a velha história, não vi a sinopse nem nada, apenas pelo titulo resolvi ler. Mais uma vez fui surpreendida, a principio parecia que o rumo da história era realmente o que eu havia pensado, mas por fim era algo muito mais profundo e que estava sendo mostrado desde o inicio.

O livro é contado pela perspectiva de uma garota que namora um cara chamado Jake, eles estão em uma viagem de carro rumo a fazenda dos pais dele, é a primeira vez que ela vai lá. Então começam vários questionamentos na cabeça dela: se o relacionamento deles é real, se vai ser algo duradouro, como saber que quer uma determinada pessoa pelo resto da sua vida? Como saber se vai conseguir conviver com suas manias e seu jeito? Durante o tempo inteiro observamos várias vezes em que simplesmente a personagem quer acabar com tudo, mas acaba deixando para depois, porque a realidade do que vai acabar de verdade não é apenas um relacionamento, é muito mais que isso. O livro passa por dois momentos, um da viagem e outro com uma conversa entre duas pessoas, após um corpo ter sido encontrado. É um terror psicológico que te prende do inicio ao fim, meio parado de inicio e depois parece que você se perde na história, parece que deixou algo passar, que não prestou atenção, mas é aquilo, é exatamente aquilo mesmo que você está lendo. É um livro difícil de interpretar, cheio de frases com coisas ditas e não ditas, que misturam o real e o que não conseguimos entender.
Não sei como definir se é bom ou ruim, se definitivamente gostei ou não, mas é um livro muito inteligente, desde como a história é construída, até como ela termina. Como disse, li outras resenhas e cada pessoa teve uma impressão e uma interpretação diferente desse livro, esquizofrenia? solidão? depressão?. Ele realmente pode ser algo diferente, dependendo quem o lê, e é por isso que na minha opinião ele pode até se tornar genial.

Livro: Eu estou pensando em acabar com tudo.
Escritor(a): Iain Reid
Editora: Fábrica 231.
"... A memória é única cada vez que é lembrada. Não é absoluta. Histórias baseadas em fatos reais normalmente têm mais a ver com ficção do que com fatos. Tanto ficção quanto quanto memórias são relembradas e recontadas. Ambas são formas de histórias. Histórias são a forma como aprendemos. Histórias são como entendemos uns aos outros. Mas a realidade acontece apenas uma vez..." - Pág 32.

junho 27, 2017

O poder do hábito

Esse livro não contém um dos meus temas favoritos, comecei a ler porque eu tinha curiosidade com relação ao que estava escrito na capa "Por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios". Por ser de um tema que não chama muito a minha atenção, demorei para focar de verdade no livro e apesar de ter uma quantidade normal de páginas, parecia ter muito mais. Aos poucos, quando realmente começou a fazer sentido, reconheci o tamanho da importância do assunto que estava ali em minhas mãos.

O poder do hábito traz vários exemplos de como as rotinas estão fortemente enraizadas em nossas vidas, muitas vezes mal percebemos que ela existe, mas ela está ali. Por exemplo, você já parou pra pensar porque molha a escova de dentes e só depois coloca a pasta? ou porque coloca a pasta e somente depois molha a escova? Pode parecer meio idiota, mas o livro explica que isso pode ser sim um hábito. Quando você acorda atrasado por exemplo e pula as etapas da sua rotina da manhã, parece que demora muito mais para que você consiga se organizar durante o dia, parece que você está jogado na vida sem saber o que fazer. Se o seu hábito é tão forte que muitas vezes você pode se sentir perdido sem ele.
O livro conta diversas situações em que as pessoas precisaram mudar as suas rotinas para se adaptar a algo melhor, seja na vida pessoal ou nos negócios, ele também apresenta diversos estudos que justificam tais conclusões, foram muitos anos estudando o cérebro humano para conseguir definir como identificar os pontos que precisam ser mudados para conseguir conquistar determinado objetivo. Um dos exemplos citados no livro foi de como uma produtora conseguiu inserir uma música que a principio parecia ser um grande sucesso, mas que depois de seu lançamento nas rádios não foi bem aceita entre os ouvintes, os estudiosos descobriram que geralmente as pessoas gostam de um padrão e vão aceitar aquilo que se encaixe nele, ou seja, para que algo novo seja aceito e reconhecido, as pessoas precisam ter certa familiaridade. Assim, ao introduzir essa determinada musica no meio de duas outras que já eram do gosto popular, ela acabou se tornando conhecida e aceita, ficando no topo das músicas de grande sucesso.

Por fim, acabei gostando do livro, ele fez com que eu enxergasse coisas que talvez precisam ser mudadas na minha vida para que eu conquiste algo melhor e que talvez eu precise organizar melhor as minhas rotinas para conseguir fazer tudo o que preciso e obter resultados.

Livro: O poder do hábito.
Escritor(a): Charles Duhigg
Editora: Objetiva
...Centenas de hábitos influenciam nossos dias - eles orientam o modo como nos vestimos de manhã, como falamos com nossos filhos e adormecemos à noite; eles afetam o que comemos no almoço, como realizamos negócios e se vamos fazer exercícios ou tomar uma cerveja depois do trabalho. Cada um deles tem uma deixa diferente e oferece uma recompensa única. Alguns são simples e outros são complexos, apoiando-se em gatilhos emocionais e oferecendo prêmios neuroquímicos sutis. Porém todo hábito, por maior que seja sua complexidade, é maleável... - Pág. 348.