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Por algum tempo, eu parei de pensar sobre a vida, sobre o futuro, parei de querer tanto coisas que pareciam tão distantes, parei de desejar que no dia seguinte eu tivesse outra vida, que tudo caísse do céu nas minhas mãos, parei de sonhar. Por muitos dias me senti como se estivesse nadando em mar aberto e que meu fôlego fosse acabar na próxima onda, mas nunca acabava, e aquele sufoco não passava, as vezes era calmaria e as vezes muita agitação, e eu estava ali sozinha porque queria, na verdade estava ali porque queria me segurar em algo que a muito tempo já tinha afundado, mas em minha tola esperança acreditava que fosse voltar novamente a superfície, mas nunca voltou.
Tentei me agarrar em outras coisas que pareciam firmes, outras coisas que poderiam me ajudar a voltar a vida que eu conhecia, ou ter a vida que sempre desejei, mas cada vez mais eu estava tentando nadar mais rápido e tudo o que conseguia era me afogar um pouco mais.
E em um certo momento, parei. Não foi desistir, eu só parei pra descansar sabe. Parei de tentar lutar com o que era mais forte do que eu, parei de nadar contra isso, e deixei a maré me levar aonde eu realmente deveria ir, parei de querer as coisas do jeito que eu queria, respirei fundo e fiquei ali parada, tranquila, boiando levemente nas ondas que vinham, observando o céu, e aquilo não me causava mais desespero, passou.
Então eu finalmente encontrei o que eu precisava, algo realmente firme, algo que não era frágil e que não iria afundar, algo que eu poderia me agarrar e ficar tranquila, porque aquilo seria meu amparo e eu não teria mais que nadar sozinha, finalmente eu estava em paz.
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