Comprei esse livro na Bienal do Livro, foi um dos meus últimos achados e ainda bem que agora ele faz parte da minhas estante.
A Irmandade Perdida
Diana é uma professora renomada em Oxford, seu assunto preferido é pesquisar e falar sobre as amazonas, mas quase sempre é discriminada por outros colegas de trabalho, sendo alvo de piadas e comentários maldosos. Provavelmente seu fascínio pelas amazonas começou na infância, durante o período em que conviveu com a sua vó que lhe contava histórias sobre mulheres fortes e também lhe ensinava como ser uma. Certo dia Diana foi surpreendida com uma proposta de trabalho que poderia mudar a sua vida e a sua carreira, apesar de ficar em duvida se deveria aceitar, ela decidiu que era a hora de embarcar nessa nova jornada. Acreditando que estava sendo enviada para estudar as amazonas e descobrir a verdade por trás desse mito, ela acabou descobrindo coisas totalmente inesperadas durante a sua viagem, encontrou amigos no caminho e muito inimigos também, afinal o mundo está cheio de homens preocupados com dinheiro, fama e poder. Pessoas que não se importam com o passado e nem com a história, apenas querem aquilo que é capaz de beneficiar a elas mesmas. Em sua jornada Diana descobre a verdade sobre a sua vó, a verdade sobre as amazonas e trás de volta após três mil anos a verdade sobre um tesouro que a muito tempo permanecia guardado e protegido.
O que eu achei?
Apesar de ser um pouco extenso, esse livro não traz uma leitura cansativa, por ser dividido entre passado e presente, o leitor acaba conhecendo duas histórias de uma forma dinâmica e simples, podendo ler várias páginas em pouco tempo. Além de conhecer a personagem Diana e embarcar com ela em sua aventura, o leitor viaja mais de mil anos atrás para conhecer um grupo de mulheres que enfrentaram inúmeras adversidades para enfim encontrarem o seu caminho e serem livres em uma sociedade onde elas dominam e não precisam de homens para nada. É um livro de romance, mistérios, aventura, mitologia grega e também acima de todos esses temas, é um livro que enaltece o poder feminino, encoraja as mulheres a lutarem por aquilo que elas sempre quiseram, liberdade. E assim como no passado onde mulheres enfrentaram homens e adversidades com lanças e flechas, no presente elas continuam sendo fortes e determinadas a lutar por seu espaço em uma sociedade que muitas vezes quer lhe impor papéis que acham que lhe cabe simplesmente por ser mulher. Com certeza é um livro encorajador e que nos faz refletir bastante as situações e regras que ainda temos em nossa sociedade nos dias atuais, o quanto ainda precisamos aprender e crescer.
Geralmente compro o livro pelo titulo, pelo autor(a) que já conheço ou pela capa e depois simplesmente deixo a história me surpreender e confesso que esse me surpreendeu bastante e estou feliz com a escolha de trazer esse livro para a minha estante.
Sobre as Amazonas
Existem diversas teorias quanto a origem do nome Amazonas: "guerreiras", "sem seio" ou a forma jônica (região da antiga Jônia, hoje na Turquia) para a palavra ha-mazan que significa "lutando junto". As Amazonas teria vivido na Cítia (região habitada na antiguidade por um grupo de povos iranianos) e teriam se mudado para Temiscira (região do rio Termodonte, atual Terme, norte da Turquia). Li alguns textos em sites variados que falam sobre as amazonas e realmente existem diversas versões sobre o surgimento desse mito, entre tantas lendas ao longo da história. Mas existem alguns dados que encontrei em comum em todos os textos, os reuni e irei colocar aqui em tópicos:
- Algumas versões dizia que nenhum homem podia viver na comunidade Amazona, ou se relacionar com elas, mas uma vez por ano, por vontade delas visitavam a tribo vizinha para criar relações e poder manter a sua raça.
- As crianças do sexo feminino eram criadas por elas e treinadas para plantar, caçar e as artes da guerra. E algumas versões dizem que as crianças do sexo masculino eram mortas ou após o primeiro ano de vida, eram enviadas para serem criados por seus pais.
- Existem também versões que mencionam que elas removiam o seu seio direito para evitar que ele as atrapalhassem no momento de manusear o arco e atirar as flechas (algumas versões contradiz isso)
Li muitos textos e artigo sobre o tema das Amazonas, mas para não extender muito o post, irei colocar alguns links aqui para quem desejar saber mais:
Também vou deixar o link de um livro que fala mais sobre o tema das Amazonas:
Sobre a autora Anne Fortier:
- Nasceu e cresceu na Dinamarca e atualmente mora no Canadá
- Começou a escrever aos 11 anos e aos 13 apresentou o seu primeiro manuscrito em uma editora.
- Em 2010 lançou o livro Julieta que foi sucesso em mais de 30 países.
- Ela possui doutorado em "história das ideias" (uma area de pesquisa em história que estuda a expressão, preservação e mudança das ideias humanas ao longo do tempo)
Editora: Arqueiro
Nota: 9
"Aqueles capazes de abrir mão da liberdade essencial para obter uma pequena segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança"