Esse livro estava na minha lista há algum tempo, mas eu não tinha muita curiosidade. Não sabia do que se tratava e apesar de gostar muito de suspense e temas assim, eu me prendo mais a livros de romance. Mas, durante essa semana, essa curiosidade bateu, e foi forte. Li em dois dias, e acredito que isso é um fator indicativo de que é um bom livro, um livro que te prende, te faz querer chegar logo ao fim para saber o que acontece, ou o que aconteceu, mas quando chega lá não foi exatamente o que eu esperava.
No livro, Malorie a personagem central da história, enfrenta diversas dificuldades em um mundo novo, com duas crianças pequenas. Tudo começou com uma dessas noticias virais na internet, um surto estava fazendo com que as pessoas enlouquecessem e por conta disso acabavam matando outras ou a si mesmas. No inicio pareciam casos isolados, mas aos poucos foi tomando uma grande proporção, Malorie passou de cética para precavida, começou também a cobrir as janelas e proteger os olhos quando saia na rua. Por quê? Essa epidemia era provocada por algo que as pessoas viam, essa coisa, pessoa, animal, objeto, ou sei lá o que, estava solta lá fora e o contato visual fazia as pessoas serem tomadas por uma especie de surto psicótico. Malorie sai de casa em busca de ajuda e acaba sendo acolhida em uma casa com diversas pessoas diferentes, esquemas de sobrevivência e convívio são montados e eles conseguem viver bem por algum tempo, até o problema chegar até eles. Então, a personagem se vê sozinha com a responsabilidade de criar duas crianças e ensiná-las a não enxergar, até o momento em que isso fica insustentável e ela cria coragem para sair dessa casa e buscar ajuda em um novo local seguro. A maior parte do livro se passa durante o caminho até esse novo lugar, e é contado em dois momentos simultaneamente. Cria-se uma grande expectativa em saber o que é, ou quem é esse ser que está causando tudo isso, mas quando chegamos ao final...
Bom, não vou dar spoiler da história assim, apenas vou dizer que também sou uma leitora do tipo que gosta de finais abertos, mas não tanto, quando o escritor gera tanta expectativa em mostrar o foco do problema e depois não revela, deixa um pouco a desejar. Já li outros livros com finais assim e foram perfeitos, mas esse talvez por essa razão não gostei tanto do final, mas não posso dizer que é uma história ruim, pelo contrário, ela te prende até você querer entrar no livro e saber o que de fato aconteceu, ou o que aconteceria depois.
Livro: Caixa de pássaros
Escritor(a): Josh Malerman
Editora: Intrínseca
O HOMEM É A CRIATURA QUE ELE TEME
"...A frase, a frase de Gary, apenas oito palavras, a acompanhou desde a noite em que a leu no
porão. E não é verdade? Quando ela ouvia um galho se quebrar por meio dos amplificadores
que foi buscar com ajuda de Victor, quando ouvia passos no gramado, do que tinha mais
medo? De um animal? De uma criatura?
Ou de um homem?..." - pág 160.